domingo, 2 de janeiro de 2011

Marco Ferreira quer fazer da dança a sua profissão durante muitos anos

Aos 24 anos, Marco Ferreira tem a certeza que quer fazer da dança a sua profissão "durante muitos anos". Na gaveta fica, para já, a licenciatura em Fisioterapia, embora só lhe faltem quatro meses de estágio. Decisiva na opção foi a vitória na primeira edição do concurso "Achas Que Sabes Dançar?", da SIC.

O prémio foi um curso de seis meses na Broadway Dance Center, em Nova Iorque, Estados Unidos. O bailarino, de 24 anos, esteve lá um mês, mas voltou a Portugal onde não tem parado de trabalhar.

O regresso à "Grande Maçã" é certo, mas sem data definida, até porque não lhe faltam trabalhos em Portugal.

O que mudou na sua vida desde que venceu o "Achas Que Sabe Dançar?"
Em primeira lugar, mudou o facto de agora passar o meu dia com a mente ocupada com dança o que, até ao programa, não acontecia. Antes dessa altura, estava dividido entre a saúde e a dança. Mas, agora, até devido ao impacto que o concurso teve na minha carreira, entrego-me 100% à dança e ao trabalho como bailarino. E espero continuar assim por largos anos.

Então o concurso carimbou uma certeza na sua vida?
Sim, porque serviu sobretudo para ter a segurança de que precisava para arriscar.

E o curso de Fisioterapia? Ficou na prateleira?
Para já sim. Mas quando o deixei faltavam apenas quatro meses de estágio. Por isso, se quiser termino num instante a licenciatura. Aliás, até já posso exercer porque tenho o bacharelato.

O curso dá jeito também na dança...
Sim, porque vou usando alguns conceitos e princípios que fui aprendendo, mesmo a nível de treino; a nível de flexibilidade e treino de força. E também sei o que fazer ou não, caso aconteça algo num treino.

Entretanto já esteve um mês em Nova Iorque. Como é que correu a primeira parte da experiência ?
Foi muito intensivo porque optei por dançar todo o dia e todos os dias. Tive ainda a possibilidade de começar a praticar alguns estilos que tinha vontade de experimentar há muito tempo e que foram sempre ficando para trás, designadamente o sapateado.
Depois, Nova Iorque é uma cidade enorme, que vive 24 sobre 24 horas, e pude conhecer muita coisa; e as várias culturas existentes. Os meus pais e o meu irmão foram lá uma semana, e acompanhou-me a minha namorada, a Mara. Foi possível visitar muita coisa com eles e foi muito bom.

Além das aulas na Broadway Dance Center, que fazem parte do prémio, esteve noutras escolas?
Aproveitei o facto de já lá estar e a possibilidade de ter outras boas aulas. Então, não fiquei só pela Broadway e explorei outras escolas, não tão comerciais, mais viradas para o artistas.

Actualmente começa a ser reconhecido pela dança, área em que começou já tarde...
De facto, comecei mais tarde do que é normal, daí também a minha insegurança. Não era muito conhecedor do meio, se bem que nos últimos dois anos as coisas tenham evoluído bastante.
Viajei imenso e comecei a ter noção do que havia e quais eram as minhas possibilidades. Sabia que queria enveredar por este caminho, mas faltava-me ouvir as pessoas à minha volta acreditarem em mim. O que acabou por acontecer com o programa.

Tinha planeado ir a Londres fazer uma audição para uma companhia israelita. Como correu?
Tinha a viagem marcada e tudo. Mas acabei por não ir, por causa dos ensaios do espectáculo de Natal dos meus alunos na escola All About Dance. Era uma audição aberta, com muita gente e, fundamentalmente, de ballet clássico, que não é o meu estilo mais forte.
Como surgiram outras coisas cá e oportunidade de fazer uma nova audição, em Janeiro, para uma companhia londrina, optei por não ir a esta, porque quero mesmo é ficar na próxima.

As pessoas reconhecem-no na rua?
Sim e isso é o mais estranho. Neste momento, se vou a um centro comercial ou a um local público com muita gente, sinto-me observado e é um bocado desconfortável. As pessoas são amáveis, mas eu não estou habituado.

Entrevista ao Jornal de Notícias